Os 7 corpos que compõem o ser humano
Você já parou para pensar do que somos feitos além da carne, ossos e órgãos? Essa é uma pergunta que acompanha a humanidade há milênios e que aparece em praticamente todas as grandes culturas antigas.
Desde o Egito e a Grécia até a Índia, a China e correntes esotéricas modernas como a Teosofia, muitos chegaram à mesma conclusão: somos compostos por sete corpos, que se dividem em um quaternário inferior — mais denso e próximo da matéria — e uma tríade superior, mais sutil e espiritual.
Apesar de cada tradição usar nomes diferentes, a essência é a mesma. Esse padrão de sete corpos aparece como um código universal que transcende culturas e aponta para algo que parece gravado em nossa existência.
Esses corpos interagem como engrenagens. O que acontece em um nível se reflete em todos os outros. Por isso, pensamentos, emoções e espiritualidade podem impactar diretamente nossa saúde física e nosso equilíbrio geral.
O corpo físico é a parte mais conhecida. É aquilo que vemos no espelho: pele, músculos, ossos, órgãos, sistemas circulatório, nervoso, endócrino. É nosso veículo para viver no mundo material. Mas ele não funciona sozinho.
Ele recebe e transmite informações dos outros corpos mais sutis. Quando cuidamos bem do corpo físico, com alimentação saudável, atividade física e sono adequado, fortalecemos essa base.
Acima dele está o corpo duplo etérico, também chamado de corpo energético ou bioeletromagnético. Invisível a olho nu, mas percebido por quem desenvolve sensibilidade espiritual, ele estrutura e sustenta o corpo físico.
É nele que se localizam a aura e os chacras, centros que captam e distribuem a energia vital. O duplo etérico conecta o físico ao astral e garante o fluxo de energia e informação.
Quando esse corpo enfraquece, ficamos mais suscetíveis a doenças físicas e emocionais. Por isso, práticas como reiki, meditação, yoga e contato com a natureza são fundamentais para manter sua vitalidade.
O corpo astral, também chamado de corpo emocional, é o portador de nossos sentimentos, desejos e emoções. Ele muda de forma conforme nossos estados emocionais.
É através dele que sentimos alegria, amor, medo, raiva ou tristeza. Quando dormimos, é o corpo astral que pode se desprender do físico, permitindo projeções astrais — experiências que muitas vezes interpretamos como sonhos vívidos ou lúcidos.
Desequilíbrios prolongados no corpo astral, como mágoas, ressentimentos ou medos constantes, podem somatizar-se no corpo físico e gerar doenças psicossomáticas.
Em seguida, temos o corpo mental inferior. Ele é a mente concreta, responsável pelos pensamentos racionais, análise lógica, organização das ideias, associações e processos do dia a dia.
Não é o cérebro físico, mas a estrutura mental que usa o cérebro como ferramenta para manifestar pensamentos no mundo.
Nesse corpo reside o ego, a identidade que nos diferencia dos outros. O ego é necessário para vivermos em sociedade, mas em desequilíbrio pode gerar orgulho excessivo, medo, intolerância e ilusões que bloqueiam nosso crescimento.
No início da tríade superior está o corpo mental superior. Ele vai além do pensamento lógico. É onde se formam ideias abstratas, conceitos elevados, a criatividade e os insights espirituais.
O mental superior armazena experiências profundas que transcendem uma única vida. É também a sede da intuição, do Eu Superior e do propósito que guia nossa evolução.
Quando desenvolvemos esse corpo, conseguimos ver sentido em situações difíceis, ter visões mais amplas e encontrar soluções criativas.
Logo acima, encontramos o corpo búdico, associado à consciência moral, à sabedoria intuitiva e ao amor incondicional.
Nesse nível, a separação entre “eu” e “outro” começa a se dissolver. Surge a percepção de que estamos todos interligados, que nossas ações impactam o todo e que compaixão e empatia são essenciais para a verdadeira harmonia.
Poucos conseguem vivenciar a consciência búdica de forma plena, mas todos podemos ter vislumbres dela quando sentimos gratidão, fazemos o bem ou ajudamos alguém sem esperar nada em troca.
No ápice está o corpo átmico ou espiritual. Ele é a centelha divina, nossa essência eterna, contato direto com o Criador, com o Todo ou com a fonte original, conforme cada crença.
Esse corpo representa a consciência pura, aquilo que nunca nasce nem morre. É a parte mais elevada do nosso ser, onde reside nosso verdadeiro propósito e nossa conexão com o sagrado.
Viver em sintonia com o corpo átmico é experimentar a iluminação espiritual, estado descrito por mestres como Buda, Jesus, Lao Tsé e tantos outros que atingiram níveis de consciência além do ego.
Essas ideias sobre os sete corpos não são exclusividade de filosofias esotéricas. No Antigo Egito, a divisão entre quaternário inferior e tríade superior já era clara.
Eles chamavam o corpo físico de Kha, o etéreo de Bah, o astral de Khabá e o mental inferior de Akbú. Na tríade superior estavam Sab, Putah e Atmú, correspondendo aos corpos mental superior, búdico e átmico.
A vida após a morte, segundo os egípcios, dependia do peso do coração na balança de Maat. Somente quem vivia em verdade e justiça podia continuar sua jornada espiritual.
Na China, a medicina tradicional ensina que a saúde depende do fluxo harmonioso do Chi, força vital que percorre meridianos no corpo.
Esse Chi é composto por energia ancestral, pré-natal e pós-natal, revelando como herdamos características dos pais e como nossos hábitos podem alterar nossa vitalidade.
Eles também falam das Três Joias: Ching (essência), Chi (energia vital) e Shen (espírito), que precisam estar equilibradas para manter saúde e longevidade.
Na filosofia chinesa, o universo nasce do Wu Chi, estado de quietude absoluta, e do Tai Chi, movimento que gera tudo o que existe, incluindo Yin e Yang — princípios complementares que explicam todas as manifestações.
Na Índia, os Vedas e Upanishads descrevem o corpo físico como Sthula Sharira, envolvido pelo Linga Sharira, o corpo etérico alimentado pelo Prana, a força vital que permeia todo o universo.
Entre eles está o Kâma Rupa, corpo dos desejos, que conecta os corpos inferiores ao Manas, ou mente. O Manas se divide em inferior e superior, unidos pelo Antahkarana, a ponte que possibilita a comunicação entre personalidade e alma.
Os hindus já reconheciam esses diferentes níveis de mente e consciência muito antes da psicologia moderna investigar as relações entre emoção, pensamento e saúde.
Na Grécia Antiga, pensadores como Hipócrates, Aristóteles, Platão e Sócrates também estudaram a constituição do ser humano para além da matéria.
Hipócrates sintetizou esse entendimento ao afirmar que somos formados por Soma (corpo físico), Vis Medicatrix Naturae (força vital), Psyche (alma ligada às emoções) e Nous (mente e razão).
Essas ideias ajudaram a fundamentar conceitos que hoje estão na base da medicina psicossomática, reconhecendo como emoções e pensamentos podem influenciar o corpo.
A Teosofia moderna atualiza essas visões e também fala em sete corpos: o Ego inferior, formado pelo corpo físico, duplo etérico, corpo astral e mental inferior, e o Eu superior, composto pelo mental superior, corpo búdico e corpo átmico.
Segundo essa tradição, nosso verdadeiro desenvolvimento espiritual acontece quando equilibramos todos esses corpos, ampliamos a consciência e vivemos de acordo com nossa essência divina.
Quando adoecemos, geralmente não é apenas um problema no corpo físico. Muitas vezes, um bloqueio emocional no corpo astral, pensamentos destrutivos no mental inferior ou uma desconexão com nosso propósito na tríade superior podem gerar desequilíbrios que se manifestam como doenças.
Estresse constante pode enfraquecer o corpo etérico, reduzir a energia vital e abrir espaço para doenças. Traumas emocionais podem se manifestar como dores crônicas, alergias ou até doenças autoimunes.
Já a falta de sentido na vida, comum em crises existenciais, pode nos levar à depressão, ansiedade e outros problemas de saúde.
Terapias integrativas como acupuntura, reiki, yoga, meditação e técnicas de respiração ajudam a restabelecer o fluxo de energia entre os corpos, buscando harmonia e equilíbrio.
Essas práticas não substituem tratamentos médicos, mas os complementam, ajudando a tratar não apenas os sintomas, mas as causas mais profundas.
Para manter o equilíbrio entre os sete corpos, é essencial cuidar do corpo físico com hábitos saudáveis, fortalecer o etérico com práticas energéticas, equilibrar o astral com autoconhecimento, desenvolver o mental inferior com pensamentos construtivos, expandir o mental superior com arte e meditação, cultivar valores no búdico e silenciar a mente para se conectar ao átmico.
Como disse Jesus de Nazaré, “O reino de Deus está dentro de vós”. Independentemente da crença ou religião, essa frase nos lembra que a maior força para a cura e a evolução está em nosso interior — no alinhamento entre nossos corpos, pensamentos, emoções e na conexão com a centelha divina que habita cada ser humano.