A Tensão Pré-Menstrual (TPM) é muito mais do que um distúrbio hormonal ou uma síndrome clínica. Para a medicina vitalista, para as tradições ancestrais e para as mulheres que escutam seu corpo com profundidade, a TPM é um chamado espiritual, um momento sagrado de transição energética e emocional. Compreender suas causas, manifestações e possibilidades de cura exige um olhar que vá além da biologia e mergulhe na alma feminina.
A TPM como manifestação do feminino cíclico
Desde a Antiguidade, o ciclo menstrual foi tratado com reverência pelas tradições espirituais. As fases da lua, os rituais femininos, os oráculos menstruais e os espaços de recolhimento, como as tendas vermelhas, demonstram que as mulheres sempre tiveram uma conexão profunda com os ritmos da natureza. No entanto, a medicina moderna reduziu essa sabedoria cíclica a uma mera alteração hormonal, classificando os sintomas pré-menstruais como “problemas” a serem medicados ou controlados.
Na realidade, o período que antecede a menstruação é um ponto de inflexão energética, onde a consciência se volta para dentro, os véus se afinam, e as emoções guardadas afloram com força. A TPM, quando desequilibrada, é o reflexo de um corpo que não foi ouvido durante o mês inteiro.
“Cada mês é um espelho. O sangue que desce traz as verdades que você tentou esconder.”
— Provérbio matriarcal
O que é a TPM sob o olhar médico e vitalista
Do ponto de vista mecanicista, a Tensão Pré-Menstrual é considerada uma síndrome causada por flutuações hormonais, especialmente da progesterona e do estrogênio, nos dias que antecedem o início da menstruação. Entre os sintomas mais comuns, encontramos:
Irritabilidade e oscilações de humor
Sensibilidade emocional acentuada
Cansaço e dores musculares
Inchaço abdominal e retenção de líquidos
Aumento de apetite ou compulsão alimentar
Cefaleia, ansiedade, insônia ou tristeza profunda
Já na visão da medicina vitalista, esses sintomas não são “anomalias”, mas mensagens codificadas. O corpo físico está apenas respondendo a padrões energéticos, emocionais e espirituais acumulados. A TPM, portanto, é um momento de revelação interna, onde as camadas mais densas da alma emergem pedindo acolhimento.
A TPM como portal de cura ou colapso
A mulher moderna, desconectada de seu tempo interior, vive o ciclo menstrual como um incômodo. Mantém suas obrigações como se nada estivesse acontecendo e, ao ignorar seus próprios ritmos, empurra para dentro a raiva, a frustração, o cansaço e a tristeza acumulados.
É por isso que, para tantas mulheres, a TPM se torna um período explosivo: o corpo grita o que a alma silenciou. O que a mulher não pôde dizer no trabalho, no casamento ou na família explode antes da menstruação, quando a energia se recolhe e a intuição se amplia.
Se bem compreendida, a TPM se transforma em um momento de oráculo interior, de liberação profunda e de realinhamento com a verdade emocional. Mas se reprimida ou medicada sem consciência, pode se tornar um ciclo repetitivo de dor, instabilidade e desconexão.
O ciclo lunar interno e os arquétipos femininos
A TPM não pode ser compreendida sem reconhecer que o ciclo menstrual é um espelho da lua. A cada mês, a mulher atravessa quatro fases energéticas:
Fase Menstrual (Lua Nova) – morte simbólica, limpeza, introspecção.
Fase Pós-Menstrual (Lua Crescente) – renovação, ação, foco, racionalidade.
Fase Ovulatória (Lua Cheia) – fertilidade, expansão, amor, brilho.
Fase Pré-Menstrual (Lua Minguante) – recolhimento, introspecção, purificação emocional.
É na fase da Lua Minguante interna que os véus se rompem e a TPM surge. A mulher entra num estado ampliado de percepção e, por isso, também se torna mais sensível a mentiras, injustiças, desequilíbrios e desrespeitos, principalmente contra si mesma.
Essa fase está associada ao arquétipo da feiticeira ou anciã, que não tem mais paciência para fingimentos ou concessões. É uma fase que pede respeito, silêncio e acolhimento.
As verdadeiras causas emocionais da TPM
A medicina convencional enxerga a TPM como um desequilíbrio hormonal, mas raramente se pergunta por que o corpo feminino está desregulando seus hormônios com tanta frequência. A resposta está no modo de vida, nas emoções reprimidas e, principalmente, na desconexão com o feminino sagrado.
A mulher que não se escuta, que vive para agradar, que reprime sua expressão criativa, sua sexualidade e seus desejos, inevitavelmente acumula cargas emocionais que encontram escape no período pré-menstrual. A TPM, nesse caso, não é a doença, é o sintoma de uma existência desalinhada.
Emoções comuns associadas à TPM intensa:
Raiva reprimida por não poder ser quem é
Tristeza profunda por silenciar a intuição
Cansaço de sustentar um papel que não ressoa mais
Culpa por desejar se recolher e não produzir
Vergonha de menstruar ou de ter um corpo cíclico
A TPM intensa surge como denúncia vibracional de que algo precisa mudar. Ela é o reflexo de uma mulher que precisa se ouvir com mais coragem.
Práticas integrativas para acolher e curar a TPM
Felizmente, existem inúmeros caminhos terapêuticos, tanto naturais quanto espirituais, para transformar a TPM de sofrimento em sabedoria. Abaixo, reunimos as práticas mais eficazes para harmonizar o ciclo feminino em sua plenitude:
Fitoterapia: plantas que cuidam do útero e do espírito
A fitoterapia oferece plantas que ajudam a regular os hormônios, aliviar os sintomas físicos e também promover a liberação emocional.
Vitex agnus-castus (Alecrim-de-Angola): regula a progesterona e estabiliza o ciclo.
Melissa (Erva-Cidreira): acalma os estados ansiosos e facilita o sono.
Gengibre: reduz cólicas e ajuda na digestão emocional.
Uxi amarelo e unha-de-gato: fortalecem o útero e auxiliam em processos inflamatórios.
Essas ervas devem ser usadas com orientação, respeitando o tempo do corpo e do ciclo.
Florais e essências vibracionais femininas
Florais atuam nos padrões emocionais que se repetem em cada TPM. São indicados tanto os florais de Bach quanto os florais femininos brasileiros.
Cherry Plum: para impulsos explosivos e perda de controle emocional.
Star of Bethlehem: para traumas antigos ainda presentes no corpo.
Crab Apple: para rejeição do próprio corpo ou menstruação.
Vervain: para mulheres que não conseguem parar, mesmo exaustas.
Florais vibracionais de flores do cerrado, do sistema Filhas de Gaia ou de Saint Germain também são excelentes para o resgate da identidade feminina sagrada.
Alimentação consciente e cíclica
A TPM se agrava quando a alimentação está intoxicada por açúcares, laticínios, excesso de sódio e alimentos ultraprocessados. O útero precisa de leveza para transitar suas fases.
Alimentos que ajudam na TPM:
Frutas vermelhas (antioxidantes e harmonizadoras)
Linhaça dourada (equilíbrio hormonal)
Grãos integrais (estabilizam o humor)
Chás calmantes (camomila, lavanda, capim-limão)
Evitar: cafeína, frituras, produtos industrializados, carnes hormonadas.
Respiração, ioga e reconexão com o útero
A respiração consciente é uma das práticas mais poderosas para acalmar a mente e liberar emoções do segundo chakra (chakra sacral).
Exercícios como respiração diafragmática, ioga do útero, meditação tântrica e danças circulares ajudam a restaurar a relação com o feminino interno.
Também é valioso colocar as mãos sobre o baixo ventre todos os dias, ouvir o pulso uterino e registrar o que o corpo sente. Esse simples gesto reconstrói pontes sutis perdidas pelo excesso de racionalidade.
O diário do ciclo: escutando o próprio oráculo
Registrar os sentimentos, os sonhos, as energias de cada fase do ciclo é um caminho de cura. O diário do ciclo permite perceber padrões, alertas e até mensagens espirituais que emergem na TPM.
Ao perceber que a TPM está tentando mostrar algo que você se recusa a ver, ela deixa de ser inimiga e se torna aliada. Cada dor, cada irritação, cada lágrima é um código a ser decifrado, não ignorado.
A repressão do feminino e a criminalização da TPM
Na cultura patriarcal, a TPM foi ridicularizada, patologizada e tratada como um “defeito de fábrica” da mulher. Mulheres foram demitidas, medicadas e silenciadas por expressarem sentimentos legítimos nesse período, quando, na verdade, estavam mais conectadas à sua intuição do que nunca.
Ao rotular a TPM como “histeria hormonal”, o mundo moderno fechou os olhos para um dos maiores portais de cura interior que existe.
A TPM não é falha. É sintoma de um feminino que não encontra espaço para se expressar. Quando a mulher é permitida a existir em todas as suas fases, a tensão desaparece, e em seu lugar surge a sabedoria cíclica que regenera.
Práticas espirituais para reconectar com o ciclo e curar o feminino sagrado
A TPM deixa de ser um fardo e se torna uma força quando a mulher honra seu ciclo como um rito mensal de purificação e renascimento. Para isso, é necessário reeducar a alma, reaproximar-se da sacralidade do sangue, e retirar os véus impostos por séculos de repressão.
A seguir, algumas práticas espirituais que podem ser incluídas na rotina:
Tenda vermelha interior
A tradição ancestral das “tendas vermelhas” era um momento de recolhimento coletivo das mulheres durante a menstruação e a TPM. Hoje, mesmo sozinha, a mulher pode criar um espaço sagrado em casa, com velas, aromas e silêncio, onde possa meditar, escrever, chorar, dançar, dormir ou simplesmente estar consigo.
A criação desse espaço, mesmo por algumas horas, reeduca o inconsciente a perceber esse período como sagrado e não como incômodo.
Rituais lunares com intenção cíclica
Cada ciclo menstrual é uma oportunidade de ritual. Algumas sugestões:
Lua minguante: escrever o que deseja liberar (emoções, padrões, dores) e queimar com ervas.
Primeiro dia da menstruação: tomar um banho de limpeza energética (alecrim, lavanda, rosas) e recolher-se do mundo externo.
Ovulação: oferecer gratidão à vida e plantar uma semente física ou simbólica.
TPM: ouvir músicas que despertem sentimentos, fazer automassagem, consultar oráculos, conectar-se com as ancestrais.
Honrar o sangue menstrual (mesmo simbolicamente)
Muitas mulheres sentem nojo, vergonha ou desconforto com a menstruação por condicionamento cultural. A espiritualidade feminina convida a honrar esse sangue como símbolo de vida, sabedoria e purificação.
Mesmo quem não menstrua mais pode se reconectar com a energia do ciclo por meio da lua, visualizações ou rituais simbólicos.
A simples mudança de percepção já transforma a TPM de forma radical.
Conclusão: a TPM é o espelho emocional da alma feminina
A Tensão Pré-Menstrual não é uma patologia. É uma expressão emocional e espiritual legítima do feminino negado, cansado e silenciado. Quando as mulheres compreendem esse chamado interno, o ciclo se transforma em um mapa de cura e não em um campo de batalha.
A TPM intensa revela o que foi reprimido durante todo o mês. Ela mostra onde dói, onde falta verdade, onde a alma clama por liberdade. Não se trata de controlar os sintomas, mas de escutar o que eles querem dizer.
A mulher que se acolhe em sua fase pré-menstrual, que respeita sua sensibilidade, que celebra sua natureza cíclica, começa a viver com muito mais saúde, consciência e poder.
O corpo feminino é uma mandala viva. E a TPM é apenas um de seus muitos espelhos sagrados.
“A mulher que honra seus ciclos se reconecta com o ritmo da Terra e com o poder da criação. A menstruação não é fraqueza — é um renascimento mensal.” (Miranda Gray)

















